O dólar fechou em baixa nesta sexta-feira (17), à medida que investidores continuaram a repercutir as principais notícias da semana. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), também recuou.
Por aqui, investidores repercutiram falas recentes do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto sobre o futuro da Selic. (entenda mais abaixo)
Dados de desemprego, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã, também ficaram sob os holofotes. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, a taxa de desemprego no Brasil subiu em oito das 27 unidades da federação (UFs) no primeiro trimestre de 2024.
Já nos Estados Unidos, as atenções continuaram voltadas para os juros básicos do país, com falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tendo ficado sob os holofotes ao longo da semana.
Além disso, o mercado também continuou focado nas ações da Petrobras, que acumularam perdas de 12% na semana. Segundo levantamento de Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, a estatal perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado em três dias.
O movimento acompanha o anúncio de que Jean Paul Prates foi demitido da presidência da estatal, pouco tempo depois das polêmicas sobre a distribuição de dividendos da companhia se acalmarem.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Ao final da sessão, o dólar recuou 0,55%, cotado a R$ 5,1019. Na mínima, chegou a R$ 5,1004. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
Na quinta-feira, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,13%, cotada a R$ 5,1301.
Já o Ibovespa encerrou com um recuo de 0,10%, aos 128.151 pontos.
Na quinta-feira, o índice teve uma alta de 0,20%, aos 128.284 pontos.
Os juros locais e internacionais continuaram na mira dos investidores. Além da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), divulgada na terça-feira, o mercado ainda repercutiu, nesta sexta-feira (17), falas recentes do presidente da instituição.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Campos Neto afirmou que precisa de "tempo, serenidade e calma para saber como as variáveis vão se desenrolar" até a próxima reunião do comitê, em junho. Ele também afirmou que nunca avisou o governo sobre mudanças de orientação futura, algo que considera uma prerrogativa do BC autônomo.
Além disso, o mercado também seguiu atento aos novos dados de inflação nos Estados Unidos, divulgados ao longo da semana.
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) teve ata de 0,3% em abril, levemente abaixo das expectativas do mercado, de alta de 0,4%.
Com isso, investidores seguiram de olho em eventuais falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), em busca de novos sinais sobre o futuro dos juros básicos do país.
Em discurso na última terça-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que espera que a inflação continue a cair ao longo deste ano, embora sua confiança na concretização desse cenário tenha diminuído após uma elevação maior do que o esperado dos preços no primeiro trimestre.
Ainda assim, Powell voltou a dizer que é improvável que o BC norte-americano precise voltar a aumentar os juros, reafirmando que a instituição será "paciente" e permitirá que a atual taxa básica tenha todo o seu impacto.
No noticiário corporativo, o grande destaque da semana ficou com a queda expressiva das ações da Petrobras, após a companhia informar que Jean Paul Prates foi demitido da presidência da empresa.
Segundo o presidente Lula havia decidido pela demissão de Prates há algum tempo, depois da sequência de desentendimentos do presidente da empresa com o governo federal, o principal acionista.
A gota d'água foi o desenrolar da polêmica sobre a distribuição de dividendos extraordinários pela petroleira. Prates foi contra a orientação do governo de reter os dividendos e se absteve na votação do assunto, um fato que não foi bem recebido no Palácio do Planalto.
Em comunicado ao mercado divulgado na quarta-feira (15), a estatal afirmou que seu conselho de administração aprovou o encerramento antecipado do mandato de Prates, indicando a diretora-executiva de assuntos corporativos, Clarice Copetti como interina.
Nesse sentido, em meio ao temor de novas intervenções na Petrobras, analistas também chamam atenção para o aumento da percepção de risco político-fiscal. Os possíveis aumento de gastos diante dos planos do governo para socorrer o Rio Grande do Sul também ficam no radar.
Fonte: g1