Dólar e Ibovespa recuaram nesta quinta-feira (13), após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que a equipe econômica intensificou o trabalho relacionado à revisão de gastos públicos com foco no fechamento do Orçamento de 2025.
Segundo Haddad, a revisão dos gastos tem ganhado tração e o Congresso está “muito disposto” a avançar no tema. O ministro também afirmou que o gasto primário, tributário e financeiro têm de ser revistos.
Na cena internacional, o apetite por risco da quarta-feira, motivado por dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, perdia força, com o dólar voltando a ganhar frente a seus pares e os índices Dow Jones e S&P 500 encerrando no negativo.
A divisa norte-americana encerrou a sessão com perda de 0,66%, negociada a R$ 5,368 na venda. Na véspera, o dólar bateu a maior cotação desde janeiro de 2023.
Em dia de volatilidade, o Ibovespa fechou o dia com recuo de 0,31%, aos 119.567 pontos, em dia de recuperação da Vale (VALE3), mas com pressão negativa da Petrobras (PETR4).
O ministro da Fazenda disse nesta quarta que vai apoiar o Senado com relação às medidas de compensação à desoneração da folha de pagamento a 17 setores da economia, bem como a redução da alíquota previdenciária de municípios.
Segundo o ministro, todas as propostas vão ser processadas pela equipe dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento para encaminhar uma análise de impacto de cada uma delas.
Após forte reação de empresários e parlamentares à MP, que limita as compensações de PIS/Cofins, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, comunicou na terça-feira (11) a devolução de parte do texto.
Haddad também afirmou que a equipe econômica intensificou o trabalho relacionado à revisão de gastos públicos com foco no fechamento do Orçamento de 2025.
Ainda no cenário interno, investidores reagiram positivamente às falas do presidente Lula defendendo Haddad após ruídos nos últimos dias dando conta de que ele estaria enfraquecido no governo.
“Agora você tem uma decisão da Suprema Corte que vai acontecer. Se em 45 dias não houver um acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração — que era o que eu queria, por isso que eu vetei naquela época”, lembrou Lula. “Então agora a bola não está mais na mão do Haddad; a bola está na mão do Senado e na mão dos empresários.”
Os preços ao produtor dos Estados Unidos caíram inesperadamente em maio em meio a custos mais baixos de energia, outra indicação de que a inflação estava diminuindo depois de saltar no primeiro trimestre.
O índice de preços ao produtor para a demanda final caiu 0,2% no mês passado, depois de avançar 0,5% em abril, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (13).
Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,1%.
Nos 12 meses até maio, o índice aumentou 2,2%, depois de subir 2,3% em abril.
Na quarta-feira (12), dados do governo mostraram que os preços ao consumidor permaneceram inalterados em maio pela primeira vez em quase dois anos, aumentando as expectativas do mercado financeiro de que o Federal Reserve começará a cortar a taxa de juros em setembro.
Também na véspera, o banco central dos EUA manteve sua taxa de juros na faixa atual de 5,25% a 5,50%, onde está desde julho passado.
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- Vendas no varejo crescem 0,9% em abril
Em abril de 2024, o volume de vendas do comércio varejista cresceu 0,9%, na comparação com março, na série com ajuste sazonal. Esse foi o quarto resultado positivo seguido do setor, que acumula alta de 4,9% no ano e de 2,7% nos últimos 12 meses.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das oito atividades pesquisadas, cinco avançaram em abril, com destaque para hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%), que exerceram as principais influências sobre o resultado geral.
“No caso de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, essa variação com grande amplitude significa certo rebatimento do mês anterior, quando houve queda de 10,1%, por conta do crescimento forte do dólar. Em abril, algumas grandes marcas deram descontos nos produtos e, apesar da estabilidade do dólar, o setor conseguiu se recuperar”, disse Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
O avanço nas vendas do setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%), que responde por 55,2% do índice geral, veio após duas variações negativas seguidas (-0,2% em março e -0,1% em fevereiro). “Essa atividade não cresceu nos dois meses anteriores, com resultados próximos de zero, e essa estabilidade, com base um pouco mais baixa, explica o crescimento em abril”, afirma o gerente.
O setor de móveis e eletrodomésticos (2,4%) voltou ao campo positivo após a queda de 1,9% em março. “Em abril, a trajetória foi distinta para as duas subatividades: enquanto a de eletrodomésticos ficou estável, pendendo para baixo, a de móveis cresceu, o que trouxe o setor para o lado positivo”, analisa Cristiano.
Segundo ele, o resultado desse segmento é relacionado a um período desfavorável para as vendas no ano passado. “Em 2023, especialmente no segundo semestre, alguns setores tiveram resultados muito ruins para grandes cadeias, com posterior fechamento de lojas. No início deste ano, estamos observando uma recuperação dessas atividades, inclusive com abertura de novas unidades locais”, destaca.
No caso do segmento de combustíveis e lubrificantes (2,2%), o resultado de abril é a primeira alta do ano. “Nessa atividade, houve comportamento parecido com o de hiper e supermercados. Em janeiro, observamos um resultado próximo de zero, seguido de duas quedas. Essa base de comparação baixa deu oportunidade de crescimento nessa passagem de março para abril”, avalia o pesquisador.
Outra atividade cujas vendas aumentaram em abril foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%). O resultado marca a terceira alta seguida do segmento, que acumula ganho de 13,8% no ano.
Por outro lado, as atividades de livros, jornais, revistas e papelaria (-0,4%) e tecidos, vestuário e calçados (-0,7%) ficaram no campo negativo no mês. Para o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,0%), o cenário foi de estabilidade. Nesse segmento estão, por exemplo, as lojas de departamento, óticas e joalherias.
No comércio varejista ampliado, que inclui, além das atividades do varejo, as de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, houve queda de 1%.
- FMI libera US$ 800 milhões para Argentina consolidar processo de desinflação
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta quinta-feira (13) que a Argentina receba mais US$ 800 milhões em seu acordo de empréstimos com o Fundo.
Com a conclusão da oitava revisão do acordo, os saques da Argentina com o órgão totalizam US$ 41,4 bilhões.
De acordo com o FMI, os recursos apoiarão os esforços das autoridades para restaurar a estabilidade econômica no país e consolidar o processo de desinflação observado.
A inflação na Argentina caiu pela metade de abril para maio, atingindo 4,2%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC, na sigla em espanhol). Em abril, o índice havia subido 8,8%.
O Conselho Executivo do Fundo avalia que o programa de empréstimos está “firmemente no caminho certo”, cumprindo — com margens — os critérios estabelecidos até o final de março deste ano.
O Fundo reforça que o governo deve seguir promovendo sua política de ajuste fiscal, além de estruturar e reforçar sua política cambial e monetária.
Além da queda na inflação, o governo Milei vem registrando uma sequência de superávits desde o começo do ano, após o início da “terapia de choque” econômica proposta pelo presidente libertário.
Contudo, estudos apontam que a pobreza na Argentina chegou ao maior patamar em 20 anos, após a forte desvalorização do câmbio estabelecida por Javier Milei no início do governo.
Em sua publicação, o Fundo reforçou que o país deve se atentar aos mais vulneráveis e garantir a agilidade na elaboração de políticas.
Fonte: Agência Brasil - CNN