O Ibovespa ampliou a sequência de altas e atingiu o maior patamar desde maio nesta quinta-feira (11) com reforço nas expectativas de cortes dos juros pelo Federal Reserve (Fed) de setembro após a divulgação de dados positivos na inflação nos Estados Unidos.
O movimento também deu fôlego para o dólar ceder no mercado global, porém a divisa encerrou em alta ante o real em um movimento de realização após a sequência de quedas desde a semana passada.
No âmbito doméstico, as atenções se voltaram à aprovação da regulamentação da reforma trabalhista pela Câmara dos Deputados e resultados positivos no varejo.
O principal índice do mercado encerrou a sessão com avanço de 0,85%, aos 128.293 pontos, registrando a 9ª valorização seguida, ignorando o clima negativo em Wall Street com o tombo de gigante da tecnologia.
O dólar também apontou para cima, fechando o dia com alta de 0,53%, negociado a R$ 5,441 na venda, em um movimento de ajustes após a sequência de recuos vista nos últimos dias.
“Temos que olhar o quanto o dólar acabou realizando a alta que teve nos últimos dias. Então, hoje os investidores que tiveram posições vendidas acabaram realizando e isso acabou gerando uma leve alta no câmbio”, explica Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital.
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos caíram inesperadamente e o aumento anual foi o menor em um ano, reforçando as visões de que a tendência de desinflação está de volta aos trilhos e aproximando o Federal Reserve (Fed) do corte da taxa de juros.
O resultado reforçou o argumento para a redução das taxas a partir de setembro.
O CPI caiu 0,1% no mês passado, depois de permanecer inalterado em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta.
Esse foi o segundo mês consecutivo de leituras moderadas e pode ajudar a reforçar a confiança entre as autoridades do banco central dos EUA de que a inflação está arrefecendo.
Em maio, o comércio varejista brasileiro cresceu 1,2% em relação ao mês anterior, acima do esperado e completando uma sequência de cinco meses de expansão.
O setor de varejo brasileiro apresentou resultados positivos em todos os meses deste ano, em um ambiente favorável ao consumo com inflação sob controle e mercado de trabalho aquecido, e o ponto mais alto da série foi deslocado de abril para maio.
Para Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o bom desempenho reflete concessão de crédito a pessoas físicas e pelo aquecimento do mercado de trabalho, com aumento no número de pessoas trabalhando e na massa de salários em circulação na economia.
A Câmara dos Deputados aprovou ontem o primeiro texto-base da regulamentação da reforma tributária, com 336 votos favoráveis, 142 contrários e duas abstenções.
A proposta estabelece uma trava para a alíquota do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que não deverá ultrapassar 26,5%, e amplia a cesta básica com imposto zero e o alcance do mecanismo de devolução de parte dos impostos (“cashback”).
O governo ainda vai apresentar ao Congresso uma proposta para mudar a tributação sobre renda e patrimônio.
Fonte: CNN - Reuters