Economia

Ibovespa fecha semana com recuo de 1% com fiscal no radar; dólar sobe a R$ 5,60





Última sessão da semana foi marcada por tumulto global após apagão digital 

O Ibovespa fechou estável e o dólar avançou ante o real nesta sexta-feira (19), em sessão tumultuada pelo apagão digital que atingiu centenas de empresas ao redor do mundo, como bancos, companhias aéreas e serviços de saúde.

Na cena doméstica, investidores seguiram analisando o anúncio da véspera de congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento para cumprir a meta fiscal do governo federal.

Apesar do primeiro impacto positivo, o bom humor dos mercados com a medida foi perdendo força ao longo da sessão e a desconfiança de compromisso com as contas voltou a pesar sobre os ativos.

O Ibovespa fechou a sessão com leve queda de 0,03%, aos 127.616 pontos, em sessão de quedas em Wall Street e nas principais praças da Europa.

Na semana, o principal índice do mercado doméstico recuou 0,99%, interrompendo a sequência de quatro altas semanais.

A pressão com o fiscal deu fôlego ao dólar, que encerrou o dia com alta de 0,28%, negociado a R$ 5,604 na venda, também em linha com alta da divisa norte-americana ante a cesta das principais moedas do mercado.

O desempenho fez a divisa acumular ganho de 3,2% na semana.

Apagão global

Empresas em todo o mundo tiveram suas operações prejudicadas nesta sexta-feira devido um apagão digital.

As falhas foram ligadas a um problema na empresa global de segurança cibernética CrowdStrike.

As informações disponíveis não sugerem que o problema foi um incidente de segurança cibernética, disse o escritório da Coordenadora Nacional de Segurança Cibernética da Austrália, Michelle McGuinness, em um post no X.

Horas depois dos primeiros relatos de instabilidade, o CEO da Crowdstrike, George Kurtz, disse que identificou o problema que causou a interrupção global e que uma correção já foi implantada.

Segundo comunicado da empresa, o problema partiu do seu aplicativo Falcon, que funciona como uma espécie de antivírus potencializado que se integra ao sistema operacional de uma máquina para evitar possíveis ataques cibernéticos.

Kurtz afirmou que a empresa de segurança cibernética está “trabalhando ativamente com os clientes” atingidos pela interrupção e que o problema “não foi um incidente de segurança ou ataque cibernético”.

A Microsoft também ressaltou que a causa subjacente da interrupção de seus aplicativos e serviços foi corrigida, mas o impacto residual das interrupções na segurança cibernética continua a afetar alguns clientes.

Risco fiscal segue no radar

O temor dos analistas com o compromisso fiscal do governo seguiu no radar dos mercados, a despeito do anúncio de congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento anunciado na quinta (18).

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados para respeitar o limite de despesas públicas para este ano. Outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciados para que a projeção de resultado primário do ano fique dentro da banda de tolerância da meta fiscal.

O anúncio do governo buscou reduzir a tensão no mercado, que aguardava com ansiedade a divulgação de um número até a próxima segunda-feira (22), quando o governo apresentará seu Relatório Bimestral de Receitas e Despesas.

 

Confira outras notícias

- Brasil suspende exportações de carne de aves e seus produtos

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reviu a certificação para exportações de carnes de aves e seus produtos, após a confirmação de um foco da Doença de Newcastle (DNC) em estabelecimento de produção avícola comercial, no município de Anta Gorda,no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (19). A restrição varia de acordo com os mercados, mas afeta as vendas para 44 países.

A certificação para exportação é um acordo bilateral entre países parceiros e, por isso, o ministério modificou preventivamente o Certificado Sanitário Internacional (CSI) de forma a atender às garantias e os requisitos acordados.

"Seguindo-se as regras internacionais de comércio de aves e seus produtos, a suspensão da certificação temporária é conduzida pelo Brasil, de forma a garantir a transparência do serviço oficial brasileiro, frente aos países importadores dos produtos. Desta forma, as suspensões estão relacionadas a área ou região com impedimento de certificação, que varia desde a suspensão por pelo menos 21 dias para todo território nacional ou até mesmo a restrição circunscrita a um raio de 50 quilômetros (km) do foco identificado", explicou a pasta.  

Suspensão nacional

Segundo o governo, para países como China, Argentina, Peru e México, a suspensão vale para todo o Brasil, por enquanto. Nesse caso, os produtos com restrições são carnes de aves, carnes frescas de aves e seus derivados, ovos, carne para alimentação animal, matéria-prima de aves para fins opterápicos, preparados de carne e produtos não tratados derivados de sangue.  

Suspensão estadual

Do estado do Rio Grande do Sul, ficam restritas as exportações para África do Sul, Albânia, Arábia Saudita, Bolívia, Cazaquistão, Chile, Cuba, Egito, Filipinas, Geórgia, Hong Kong, Índia, Jordânia, Kosovo, Macedônia, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Polinésia Francesa, Reino Unido, República Dominicana, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan, Ucrânia, União Europeia, União Econômica Euroasiática, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.  

Entre os produtos estão carne fresca, resfriada ou congelada de aves; ovos e ovoprodutos; carnes, produtos cárneos e miúdos de aves; farinha de aves, suínos e de ruminantes; cabeças e pés; gorduras de aves; embutidos cozidos, curados e salgados; produtos cárneos processados e termoprocessados; e matéria-prima e produtos para alimentação animal.  

Suspensão regional

Em um raio de 50 km do foco não podem ser exportados carnes de aves, farinha de aves, penas e peixes para uso na alimentação animal e produtos cárneos cozidos, termicamente processados, não comestíveis derivados de aves, para o Canadá, Coreia do Sul, Israel, Japão, Marrocos, Maurício, Namíbia, Paquistão, Tadjiquistão, Timor Leste. Os certificados para esses destinos com data de produção até 8 de julho não entram nas restrições e poderão ser emitidos, informou o ministério.  

Sem restrições

Ainda segundo o comunicado do Mapa, produtos submetidos a tratamento térmico como termoprocessados, cozidos e processados destinados a Argentina, África do Sul, Chile, União Europeia e Uruguai não têm qualquer limitação e poderão ser normalmente certificados.

O ministério informou que "as regras de suspensão são revisadas diariamente, tendo em vista as tratativas em curso com os países parceiros, nas quais são apresentadas todas as ações que estão sendo executadas para erradicar o foco".

Exportação

O Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, ficando atrás do Paraná e de Santa Catarina. Nos primeiros 6 meses do ano, o estado vendeu para o exterior 354 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 630 milhões. Essas exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados pelo país e 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no mesmo período.  

No primeiro semestre, os principais destinos da carne de frango gaúcha foram os Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas/US$ 94 milhões), Arábia Saudita (39 mil toneladas/US$ 77 milhões), China (32 mil toneladas/US$ 52 milhões) e Japão (20 mil toneladas/US$ 43 milhões). 

 

Fonte: CNN - Agência Brasil