Cultura

Papa no Angelus: não é fácil seguir Jesus, precisamos estar próximos na oração e humildade





"Não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir", concordou Francisco na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus deste domingo (25/08). O caminho se dá, orientou o Pontífice, estando mais próximos dele, do Evangelho, recebendo a graça nos Sacramentos, rezando e imitando Jesus na humildade e na caridade: assim "experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem 'palavras de vida eterna'".

Neste domingo (25/08), de tradicional oração mariana do Angelus com o Papa na Praça São Pedro, Francisco refletiu sobre o evangelho do dia (Jo 6,60-69) que se refere à famosa resposta de São Pedro, que diz a Jesus: «a quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). "É uma linda resposta e expressão" que testemunha a amizade e a confiança que ligam os discípulos a Cristo, comentou o Pontífice na alocucação que precedeu o Angelus.

Pedro, explicou o Papa, pronunciou essa expressão num "momento crítico" e de discurso de Jesus, que muitos não compreenderam e o abandonaram. "Os Doze, porém, não: permaneceram", ponderou Francisco, porque encontraram em Jesus "palavras de vida eterna".

"Não é fácil segui-Lo. No entanto, entre os muitos mestres daquele tempo, Pedro e os outros apóstolos só encontraram nele a resposta à sede de vida, à sede de alegria, à sede de amor que os anima; só graças a Ele experimentaram a plenitude de vida que procuram, além dos limites do pecado e até da morte. Portanto, eles não vão embora: na verdade, todos, exceto um, apesar de muitas quedas e arrependimentos, permanecerão com Ele até o fim (ver João 17:12)."

Como seguir o Senhor?

O Papa, então, insiste na explicação da dificuldade de compreender "o que o Mestre diz e faz". As escolhas de Jesus, continua Francisco, "muitas vezes ultrapassam a mentalidade comum":

“Também para nós, de fato, não é fácil seguir o Senhor, compreender o seu modo de agir, fazer nossos os seus critérios e os seus exemplos: para nós não é fácil. Porém, quanto mais estamos próximos dEle - quanto mais aderimos ao seu Evangelho, recebemos a sua graça nos Sacramentos, permanecemos na sua companhia na oração, o imitamos na humildade e na caridade -, mais experimentamos a beleza de tê-lo como Amigo, e percebemos que só Ele tem “palavras de vida eterna”.”

Ao finalizar, o Papa pediu a intercessão de Maria, "que acolheu Jesus, Palavra de Deus, na sua carne", para nos ajudar a ouvir Jesus, começando por questionar como anda a nossa proximidade com Ele:

"Então nos perguntamos: como Jesus está presente na minha vida? Quanto me deixo tocar e provocar com suas palavras? Posso dizer que também são para mim -'palavras de vida eterna? A você, irmão, irmã, eu pergunto: as palavras de Jesus são para você - também para mim - palavras de vida eterna?"

 

- Francisco: que Nossa Senhora proteja e acompanhe os fiéis da Nicarágua

O Papa, nas saudações após o Angelus deste domingo (25/08), dirigiu-se ao povo do país latino-americano para encorajá-lo a “renovar” sua esperança em Jesus, porque “o Espírito Santo sempre guia a história para projetos mais elevados”. Um forte apelo também do Pontífice para que a comunidade internacional intervenha para enfrentar conjuntamente a “emergência sanitária global” causada pela varíola dos macacos.

Um apelo sincero, mas também um forte pedido para que os fiéis renovem a “esperança em Jesus”, sempre acompanhados pela ternura materna de Nossa Senhora. Foi assim que o Papa se dirigiu neste domingo (25/08) ao “amado povo nicaraguense”, em sua saudação após a oração do Angelus:

"Ao amado povo da Nicarágua: encorajo vocês a renovar esperança em Jesus. Lembrem-se de que o Espírito Santo sempre guia a história em direção a projetos mais elevados. Que a Virgem Imaculada os proteja nos momentos de provação e os faça sentir a sua ternura maternal. Que Nossa Senhora acompanhe o amado povo da Nicarágua."

Varíola dos macacos: ninguém fique sem atendimento

Em seguida, Francisco expressou solidariedade a todos os afetados pela varíola dos macacos, que agora se tornou, explicou ele, “uma emergência de saúde global”, ao mesmo tempo em que convidou governos e indústrias a se colocarem a serviço dos doentes:

"Gostaria de expressar a minha solidariedade com as milhares de pessoas afetadas pela varíola dos macacos, que agora é uma emergência de saúde global. Rezo por todas as pessoas infectadas, especialmente pela população da República Democrática do Congo, que está sendo tão provada. Expresso minha solidariedade às Igrejas locais nos países mais afetados por essa doença e encorajo os governos e as indústrias privadas a compartilhar a tecnologia e os tratamentos disponíveis, para que ninguém fique sem atendimento médico adequado."

OMS: são necessários US$ 135 milhões

Uma ação concertada entre “agências internacionais e parceiros nacionais e locais, sociedade civil, pesquisadores e fabricantes, e Estados” foi solicitada neste sábado (25/08) pelo diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que quantificou em 135 milhões de dólares a quantia necessária nos próximos seis meses para enfrentar “a fase aguda da doença”. Desde o início da epidemia em 2022, a varíola dos macacos já contabilizou mais de 100 mil casos confirmados, concentrados sobretudo, como nas palavras do Papa, na República Democrática do Congo.

 

- Papa: as Igrejas não devem ser tocadas. Deixem rezar quem quiser

Francisco, nas saudações após o Angelus deste domingo (25/08), expressa temor em relação à decisão de Kiev de proibir a Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscou. O seu apelo: “que nenhuma Igreja cristã seja direta ou indiretamente abolida”.

É uma forte preocupação aquela que o Papa Francisco expressa ao falar imediatamente após a oração do Angelus deste domingo (25/08): a de não se permitir a quem quiser de poder rezar “naquela que considera a sua Igreja”. Uma referência direta à decisão do Parlamento ucraniano de proibir a Igreja Ortodoxa ligada ao Patriarcado de Moscou. Ao direcionar o pensamento "às leis adotadas recentemente na Ucrânia", o Pontífice afirmou:

“Temo pela liberdade de quem reza, porque quem reza de verdade sempre reza por todos. Não se comete o mal porque se reza. Se alguém comete um mal contra o seu povo, será culpado por isso, mas não pode ter cometido o mal porque rezou. Então, que aqueles que quiserem rezar tenham permissão para rezar naquela que consideram a sua Igreja. Por favor, que nenhuma Igreja cristã seja abolida direta ou indiretamente: as igrejas não devem ser tocadas.”

A decisão de Kiev

O projeto de lei votado em 20 de agosto em Kiev por uma grande maioria, e que concede às paróquias envolvidas nove meses para interromper os laços com a Igreja Ortodoxa Russa, provocou uma reação imediata de Moscou, que comentou dizendo que a intenção era “destruir a verdadeira ortodoxia canônica e substituí-la por uma falsa Igreja substituta”.

Os povos pedem paz!

Fazendo novamente menção às guerras em andamento no mundo, o Papa Francisco convidou mais uma vez para rezar pela paz:

“E continuemos a rezar pelo fim das guerras, na Palestina, em Israel, em Mianmar e em todas as outras regiões. Os povos estão pedindo paz! Rezemos para que o Senhor dê paz a todos nós.”

 

Fonte: Vatican News