O Ibovespa renovou a máxima histórica nesta segunda-feira (26), puxado pelo setor de commodities, com disparada do petróleo no mercado global diante do agravamento das tensões no Oriente Médio.
Israel e o grupo militante libanês Hezbollah trocaram ataques de mísseis ao longo do fim de semana, em uma escalada do conflito na fronteira israelense com o Líbano, gerando temores da ampliação das tensões regionais fomentadas desde o início da guerra na Faixa de Gaza no ano passado.
Os contratos do petróleo brent subiram 3,05%, enquanto opções WTI tiveram ganhos de 3,46%.
Mercados também esperam por dados da inflação nos Estados Unidos, Europa e Brasil que serão publicados nos próximos dias.
Na cena doméstica, investidores analisaram novas falas do diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmando que a autoridade monetária está em posição de cautela diante de indicações de que a atividade econômica no Brasil está resiliente.
O principal índice do mercado brasileiro encerrou a sessão com alta de 0,94%, aos 136.888 pontos, dando segmento ao rali visto na última semana, quando quebrou recordes de alta por três sessões seguidas.
A alta foi puxada pela Petrobras, que além da alta do petróleo também foi impulsionada pela recomendação do banco Morgan Stanley, com aumento do preço alvo do dos ADRs negociados em Nova York de US$ 18 para US$ 20.
As ações ordinárias (PETR3) encerraram com alta de 8,96%, enquanto as preferenciais (PETR4) valorizaram 7,26%.
O desempenho contraria o cenário internacional, com perdas em Wall Street por movimento de correção após as fortes altas da semana passada com sinais mais sólidos de que o Federal Reserve (Fed) iniciará o ciclo de corte dos juros em setembro.
O clima de cautela global fez o dólar subir ante o real, encerrando a sessão com alta de 0,24%, negociado a R$ 5,492 na venda.
Israel e o grupo militante libanês Hezbollah trocaram ataques de mísseis ao longo do fim de semana, em uma escalada do conflito na fronteira israelense com o Líbano, gerando temores da ampliação das tensões regionais fomentadas desde o início da guerra na Faixa de Gaza no ano passado.
Os mercados globais também estão à espera de uma bateria de dados nos Estados Unidos e na Europa que devem dar mais indicações para políticas monetárias, explica Jennie Li, estrategista de ações da XP.
Na sexta-feira (30) serão publicados dados do índice de compras ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro. No mesmo dia, saem nos EUA números do PCE, o indicador de preços favorito do Fed.
Os dados devem calibrar a expectativa de corte dos juros na maior economia do mundo após Jerome Powell, presidente do Fed, afirmar na semana passada que os juros devem começar a cair a partir do mês que vem.
No cenário nacional, estavam no radar comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento do Tribunal de Contas do Estado do Piauí. Ele afirmou que o BC está em posição de cautela diante de indicações de que a atividade econômica no Brasil está resiliente.
Na agenda macroeconômica nacional, o IBGE divulgará na terça-feira (27) os dados do IPCA-15 de agosto, um medidor inicial do comportamento dos preços neste mês.
Mais cedo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que dados do mercado de trabalho medidos pelo Caged virão fortes em julho.
Para Hemelin Mendonça, sócia da AVG Capital, as falas corroboram com a posição do BC de que a economia está aquecida, necessitando maior cautela da política de juros.
Nesta manhã, analistas consultados pelo Banco Central mais uma vez a percepção para a inflação deste ano, agora em 4,25%, de 4,22% há uma semana. Foi a sexta revisão seguida para cima.
Dados do Boletim Focus também indicaram alta acentuada sua expectativa para o crescimento do PIB ao fim deste ano.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a economia brasileira é vista crescendo 2,43% ao fim de 2024, ante avanço de 2,23% na semana anterior.
Fonte: CNN com Reuters