Os analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC (Banco Central) revisaram suas projeções de alta para a inflação e o PIB (Produto Interno Bruto) ao final deste ano. Diante do cenário, as expectativas divulgadas nesta segunda-feira (9) sinalizam para um aumento da taxa básica de juros já na próxima semana.
As expectativas apontam que a inflação oficial fechará o ano em 4,3%. A variação corresponde à oitava alta consecutiva das previsões para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Há uma semana, a aposta era de alta do índice em 4,2%. Na semana passada, a projeção sinalizava para uma alta de 4,26%.
Projeção mantém a inflação próxima do limite da meta. O intervalo estabelecido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) determina que IPCA deve terminar este ano em 3%. O valor tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, entre 1,5% e 4,5%. O patamar máximo aparece apenas 0,2 ponto percentual superior à expectativa.
Para o mês de agosto, a previsão é que o IPCA apresente alta de 0,2% Se confirmado, o resultado vai representar uma perda de força ante a alta de 0,38% apurada no mês de julho. Para setembro e outubro, as projeções são de alta do índice oficial são de 0,36% e 0,3%, respectivamente.
Previsão de inflação mais elevada é acompanhada pelas expectativas sobre a cotação do dólar. Os analistas observam a moeda norte-americana em R$ 5,35 ao final deste ano. Já a projeção para os preços administrados, que incluí o preço dos combustíveis, planos de saúde e energia elétrica, passou de 4,79% para 4,83%.
Previsão aponta para avanço maior da economia nacional em 2024. Com um crescimento do PIB acima do esperado no segundo trimestre, o mercado financeiro elevou, perla quarta semana seguida, a aposta de avanço da economia. A alta eleva a previsão de 2,46% para 2,68%.
Economia brasileira cresceu 1,4% entre abril junho deste ano. A alta ante o trimestre anterior foi divulgada na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) superou as expectativas do mercado financeiro. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço foi de 3,3%.
Expectativa para o ano que subiu de 1,85% para 1,9%. Já para os anos de 2026 e 2027, as projeções de crescimento da economia nacional permanecem estáveis em 2% para ambos os anos.
Projeções para a taxa Selic ao fim de 2024 sobe a 11,25% ao ano. Com a alta dos preços e o aquecimento econômico, os analistas elevaram em 0,25 ponto percentual as apostas sobre a taxa básica de juros. A primeira alta, de 0,25 ponto percentual, dos atuais 10,5% ao ano para 10,75% ao ano, é prevista já para a reunião que será realizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima semana.
Copom levantou a possibilidade alta da Selic no último encontro. Na ata da última reunião, realizada em agosto, os diretores da autoridade monetária admitiram aumentar os juros básicos para manter a inflação na meta. Se confirmada, decisão vai representar primeira alta dos juros desde agosto de 2022.
O Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado.
Última ata do Copom
As expectativas para os juros também subiram em para 2025. Com o movimento, os analistas aumentaram de 10% ao ano para 10,25% ao ano a previsão de patamar para a taxa Selic ao final do ano que vem. Já para 2026 e 2027, as projeções seguem estáveis em, respectivamente, 9,5% ao ano e 9% ao ano.
Fonte: UOL