O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu por unanimidade, elevar a taxa básica de juros do país, a Selic, para 10,75% ao ano, com aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.), valor dentro da previsão do mercado financeiro: de 0,25 p.p. a 0,50 p.p.
A decisão marca a retomada da elevação de juros, que não ocorria há dois anos. A última subida da Selic foi em 15 de agosto de 2022, em pleno governo de Jair Bolsonaro (PL). À época, o colegiado aumentou os juros de 12,75% para 13,25% ao ano — essa era a maior taxa desde 2016.
No comunicado, o colegiado disse que entende que essa decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
Votaram por essa decisão tanto os diretores indicados pelo ex-presidente Bolsonaro — Roberto Campos Neto (presidente), Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso, Carolina de Assis Barros e Renato Dias de Brito Gomes — quanto os indicados pelo presidente Lula — Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira.
Com isso, a Selic volta ao patamar de março deste ano, de 10,75% ao ano — quando o Copom seguia fazendo cortes. Em 2024, a redução da taxa de juros só foi interrompida em 19 de junho.
A alta dos juros não surpreende, isso porque na ata da última reunião do Copom, realizada entre 30 e 31 de julho, o BC afirmou que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta, se julgar apropriado”.
A taxa de juros é o principal instrumento de política monetária do Banco Central, para manter a inflação dentro da meta. Para este ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu a meta de 3% com variação de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (4,5% e 1,5%).
O aumento da Selic trata-se de uma manobra do BC para conter a inflação, o que resulta em redução do consumo e dos investimentos no país. Ou seja, o crédito fica mais caro e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para produtores e consumidores.
Para analistas do mercado financeiro consultados no Relatório Focus mais recente, divulgado nessa segunda-feira (16/9) pelo Banco Central, a expectativa é de que o Copom aumente, até o fim de 2024, a taxa de juros para 11,25% ao ano. Ou seja, os economistas estimaram altas nas próximas três reuniões do comitê (de setembro, novembro e dezembro).
Por outro lado, investidores apostaram em um crescimento entre 0,25 ponto percentual a 0,50 ponto percentual, com a taxa de juros ficando em 10,75% ao ano ou 11% ao ano.
Setembro
Novembro
Dezembro
Fonte: Metropoles