Economia

Ibovespa sobe mais de 6% enquanto dólar recua 2,53% no 3º trimestre





No entando, fraqueza no exterior e cenário fiscal pesaram contra os investidores brasileiros neste pregão

O Ibovespa fechou em queda e o dólar subiu contra o real nesta segunda-feira (30), em clima de cautela no cenário global, enquanto investidores esperam por dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos que serão publicados durante a semana.

No fechamento do trimestre, porém, o principal índice do mercado subiu mais de 6%, enquanto o dólar perdeu cerca de 2,5% contra o par brasileiro.

No clima doméstico, as atenções estão voltadas à política fiscal do governo federal após dados do Banco Central (BC) mostrarem que a dívida bruta do Brasil registrou leve alta em agosto, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário maior do que o esperado.

Diante destas pressões, o Ibovespa fechou a sessão com queda de 0,69%, aos 131.816,44 pontos, impactada pelo desempenho negativo das principais companhias do mercado. No entanto, no trimestre, o indicador acumula alta de 6,38%.

A Vale (VALE3) perdeu 0,7%, mesmo com alta do minério de ferro após novos anúncios de estímulos na China. Já Petrobras (PETR4) perdeu 0,63% em linha com a desvalorização do petróleo no mercado global.

“Uma resistência intermediária aos 133 mil pontos representa o próximo ponto pivô do índice dentro de um canal de alta de curto prazo”, aponta análise técnica da equipe do BB Investimentos.

O principal indicador brasileiro chegou a caminhar dos dois lados da linha ao longo do pregão, com Vale sendo uma contribuição positiva relevante na esteira do salto do preço do minério de ferro, mas com ações sensíveis à economia doméstica dominando a coluna negativa, com destaque para Assaí em meio a imbróglio tributário com GPA.

Dados sobre as contas públicas piores do que o esperado e nova revisão para cima nas previsões do mercado para a Selic – de 11,5% para 11,75% em 2024 e de 10,5% para 10,75% em 2025 – apuradas pela pesquisa Focus do Banco Central reforçavam a pressão negativa no pregão brasileiro.

Câmbio

Já o dólar encerrou o dia em alta de 0,24%, cotado em R$ 5,449. Apesar disso, a divisa acumula queda de 3,32% em setembro e de 2,53% no terceiro trimestre do ano.

No início da sessão, o dólar chegou a acumular perdas ante a moeda brasileira diante de um cenário positivo no exterior, com divisas de países emergentes ainda aproveitando do impulso fornecido pelo anúncio de um pacote de medidas de estímulo pela China, maior importador de matérias-primas do planeta.

Nesse sentido, a moeda norte-americana atingiu a mínima da sessão ante o real às 9h10 (-0,62%), acompanhando as perdas frente ao peso mexicano, o peso chileno e o peso colombiano.

A direção da moeda brasileira, no entanto, começou a mudar a partir das 10h, sob efeito de influências internas e externas.

No cenário doméstico, passou a pesar a disputa pela Ptax de fim de mês, com a primeira janela de cálculo movendo a cotação do dólar para cima.

“Toda vez que é fim de mês, a formação desta taxa acaba trazendo um volume mais elevado de negócios, e uma volatilidade maior também, visto que os agentes acabam tentando influenciar a sua direção, influenciar a sua formação”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Taxa de câmbio calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

Fonte: CNN com Reuters