O tema da redação da etapa online do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é "o desafio de reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil”. Estudantes de 104 cidades do país realizam, neste domingo (31), as primeiras provas em formato digital do concurso nacional que dá acesso às universidades públicas. Essa é a primeira vez que os candidatos respondem às questões em um computador.
A discussão proposta pelo exame na fase dissertativa evidencia um problema crescente em meio à pandemia de coronavírus. Neste mês de janeiro, 12,8% dos brasileiros passaram a viver com menos de R$ 246 ao mês (R$ 8,20 ao dia), linha de pobreza extrema calculada pela FGV Social a partir de dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (PNAD).
No total, segundo projeção da FGV Social, quase 27 milhões de pessoas estão nessa condição neste começo de ano - mais que a população da Austrália. A taxa neste começo de década é maior que a do início da anterior (12,4%) e que a de 2019 (11%). Ou seja, o avanço da Covid-19 no país, aumentou o número de cidadãos que vivem na miséria.
Trata-se de um aumento significativo na comparação com o segundo semestre de 2020, quando o pagamento do auxílio emergencial a cerca de 55 milhões de brasileiros chegou a derrubar a pobreza extrema, em agosto, para 4,5% (9,4 milhões de pessoas) - o menor nível da série histórica.
Claro que o impacto varia de acordo com a região do país, fato que os estudantes que prestam o Enem neste domingo (31) terão de demonstrar em suas redações.
Em termos de desemprego, por exemplo, o Nordeste foi a região brasileira que apresentou a maior taxa de desocupação no terceiro trimestre do ano passado, atingindo o recorde de 17,9%, de acordo com os dados mais recentes do IBGE. Por outro lado, a menor taxa foi registrada na região Sul, que registrou 9,4% de desocupação.
(Com informações da Agência Brasil e Agência Estado)